terça-feira, 2 de junho de 2015

Pequenas ideias fazendo a diferença...



Sala de informática voltado para os disléxicos: Iniciativa é pioneira no gênero no país e esperamos que sirva de exemplo para outras instituições.




  O CIAPRE (Centro de Investigação da Atenção e Aprendizagem) trabalha diretamente com diagnóstico e intervenção interdisciplinar, supervisão de profissionais (individual e em grupo) nas áreas de PSIQUIATRIA INFANTIL, NEUROLOGIA INFANTIL, PSICODIAGNÓSTICO, NEUROPSICOLOGIA, PSICOTERAPIA INFANTIL, FONOAUDIOLOGIA, PSICOPEDAGOGIA, PSICOMOTRICIDADE e FISIOTERAPIA.
Inaugurou no dia 30/03/2012 uma sala de informática voltada para a inclusão digital de jovens disléxicos. O projeto é pioneiro no Brasi e foi concebido a partir de uma tripla parceria: com a organização não-governamental CDI, cuja proposta é o fortalecimento de comunidades e a melhoria das condições de vida por meio da tecnologia; e o Instituto ABCD, que financia programas relacionados aos distúrbios de aprendizagem, em especial com a dislexia.
            A sala possui 6 computadores, disponíveis aos jovens tanto para aprendizado quanto para recreação. Cíntia Salgado, coordenadora do programa, explica de onde surgiu a idéia e como ela pôde ser concretizada: “O projeto veio da ideia do meu doutorado, em que eu fiz um software para crianças com dislexia e, a partir disso, o CDI nos procurou para fazer uma parceria por meio do Instituto ABCD”, explica. O software, desenvolvido por Cíntia, consiste em intervenções feitas por fonoaudiólogo nas dificuldades das crianças, por meio de atividades lúdicas.  A partir disso, ficou claro para ela que o computador era uma ferramenta poderosa de motivação para as crianças com dislexia aprenderem a ler.
No entanto, a coordenadora ressalta que a proposta das aulas é muito mais ampla do que a do software. “O projeto aqui não é só o software, é algo muito maior do que isso. O objetivo é a inclusão digital desses indivíduos, que eles possam se comunicar e também viver uma inclusão social”, esclarece. Até o momento, seis pacientes do CIAPRE diagnosticados com a disfunção estão matriculados no curso, mas a intenção da entidade é que o número de vagas cresça com o tempo, já que a iniciativa teve boa aceitação e gerou interesse entre os disléxicos e seus familiares. “Nossa expectativa é disseminar, porque o projeto é inovador no país. Temos a intenção de ampliar para crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, e conforme a demanda, abrir mais grupos”, aponta Cíntia.
            Por parte dos inscritos, as expectativas são grandes. Isabella Danelon, de 15 anos de idade, pretende ter no espaço a possibilidade de expandir sua capacidade de comunicação, escrita e leitura, enquanto Bruno Coelho, também com 15 anos, espera ter a chance de produzir aplicativos com os computadores. Carolina Oliveira é uma professora da rede estadual contratada pela CDI e será a monitora do curso de inclusão digital. Ela diz que nunca teve a oportunidade de trabalhar com disléxicos; e vê nesta experiência, um grande potencial de aprendizado. “Vai ser um desafio, no sentido de abrir meu leque de visão e quebrar alguns preconceitos, como considerar um aluno desleixado, desinteressado, mas na verdade ele pode ter dislexia”, conta.
Sobre o método que será desenvolvido durante as aulas, o elemento que mais terá espaço é a liberdade de escolha dos temas a serem abordados. “O próprio grupo vai escolher um tema a ser estudado ao longo do ano e a partir disso, eles vão criar metas, como produzir um blog ou livro, de acordo com o interesse deles”, esclarece a coordenadora Cíntia Salgado.
            Helena White, representante da ONG CDI em Campinas, acredita que esta seja uma ótima chance para as crianças que sofrem de dislexia alcançarem ainda mais conquistas em suas relações sociais. Ela propôs um desafio aos que farão o curso: apresentar-se no congresso anual da organização, que ocorre no mês de outubro. Lá, os jovens terão a chance de contar suas experiências no mundo digital e, acima de tudo, relatar como a tecnologia ajudou-os a lidar com seus problemas diários e, eventualmente, até mesmo a superar algumas de suas dificuldades e melhorar suas vidas.


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